sexta-feira, 2 de novembro de 2012

Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade


EDUCAÇÃO AMBIENTAL,
CIDADANIA E SUSTENTABILIDADE

PEDRO JACOBI

Professor Associado da Faculdade de Educação e do Programa de Pós-Graduação
em Ciência Ambiental da USP
prjacobi@terra.com.br


Pontos importantes destacados (não segue modelo de resumo, resenha ou fichamento, são anotações para uso pessoal e da equipe de trabalho)


   Conjunto de atores do universo educativo;
   Perspectiva interdisciplinar;
   Educação ambiental relacionando o homem, a natureza e o universo;
   Produção de conhecimento deve contemplas as inter-relações do meio natural com o social;
   Novo perfil de desenvolvimento com ênfase na sustentabilidade socioambiental;
   Impossível resolver os problemas ambientais e reverter suas causas sem que ocorra uma mudança radical nos sistemas de conhecimento, dos valores e dos comportamentos gerados pela dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspecto econômico do desenvolvimento;
   Produção de conhecimento baseada nos métodos da interdisciplinaridade e nos princípios da complexidade;
   Por ser um tema transversal, isso possibilita experiências concretas de educação ambiental, de forma criativa e inovadora;
   Educação ambiental baseada na ética e sustentabilidade, identidade cultural e diversidade, mobilização e participação e práticas disciplinares;
   Pensar a realidade de modo complexo, definindo-a como uma nova racionalidade e um espaço onde se articulam a natureza, técnica e cultura;
   Diálogo e interdependência de diferentes áreas de saber;
   Ações solidárias diante da reapropriação da natureza;
   O desenvolvimento sustentável representa a possibilidade de garantir mudanças sociopolíticas que não comprometam os sistemas ecológicos e sociais que sustentam as comunidades;
   “Sociedade de riscos”, cenário marcado por uma nova lógica de distribuição de riscos, que emerge com a globalização, a individualização, a revolução de gênero, o subemprego e a difusão dos riscos globais
   Mudanças na escala de análise dos problemas ambientais (...) assimilados como parte da realidade global;
   Necessidade de praticas sociais baseadas no fortalecimento do direito ao acesso à informação e à educação ambiental em uma perspectiva integradora;
   Promover o crescimento da consciência ambiental, expandindo a possibilidade de a população participar em um nível mais alto no processo decisório, como uma forma de fortalecer sua coresponsabilidade na fiscalização e no controle dos agentes de degradação ambiental;
   Democracia participativa;
   Defesa da qualidade de vida: desenvolvimento sustentável;
   Educador: mediador na construção de referenciais ambientais;
   Melhoria nos níveis de qualidade de vida com a preservação ambiental. Surge para dar uma resposta à necessidade de harmonizar os processos ambientais com os socioeconômicos, maximizando a produção dos ecossistemas para favorecer as necessidades humanas presentes e futuras;
   Nosso futuro comum: entre outros, a necessidade de uma nova postura ética em relação à preservação do meio ambiente;
   A ênfase no “desenvolvimento” deve fixar-se na superação dos déficits sociais, nas necessidades básicas e na alteração de padrões de consumo, principalmente nos países desenvolvidos;
   Acessibilidade e transparência na gestão;
   Educação ambiental para criar novos estilos de vida, que promovam uma consciência ética que questione o atual modelo de desenvolvimento, marcado pelo caráter predatório e pelo reforço das desigualdades socioambientais;
   A sustentabilidade precisa estimular as responsabilidades éticas, reconsiderar os aspectos relacionados com a equidade, a justiça social, qualidade de vida, equilíbrio ambiental e a ruptura com o atual padrão de desenvolvimento;
   Propostas pedagógicas centradas na conscientização, mudança de comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação dos educandos;
   Educação ambiental como um ato político, voltado para  transformação social;
   Desafios para os educadores: resgate de valores e comportamentos (confiança, respeito mútuo, responsabilidade, compromisso, solidariedade e iniciativa), estimulo a uma visão global e crítica das questões ambientais e a promoção de um enfoque interdisciplinar que resgate e construa saberes;
   Educação ambiental: educação para a cidadania, consolidando sujeitos cidadãos;
   Busca da solidariedade, a igualdade e o respeito à diferença;
   Entrelaçamentos e múltiplos trânsitos entre múltiplos saberes;
   A escola como o espaço onde o aluno terá condições de analisar a natureza em um contexto entrelaçado de praticas sociais, parte componente de uma realidade mais complexa;
   Educação ambiental como um processo permanente de aprendizagem;
   A educação para a cidadania representa a possibilidade de motivar e sensibilizar as pessoas para transformar as diversas formas de participação em potenciais caminhos de dinamização da sociedade e de concretização de uma proposta de sociabilidade baseada na educação para a participação;
   Necessidade de enfrentar a degradação ambiental e os problemas sociais;
   O meio ambiente como um campo de conhecimento e significados socialmente construído, que é perpassado pela diversidade cultural e ideológica e pelos conflitos de interesse;
   Questão ambiental é um problema hibrido, associado a diversas dimensões humanas;
   Enfrentar a lógica da exclusão e das desigualdades;
   Destacar os problemas que decorrem da desordem e degradação da qualidade de vida nas cidades e regiões;
   Padrões ambientais adequados;
   Movimentos ambientalistas: diversidades;
   ONGs atuando numa perspectiva protiva e propositiva dentro dos moldes de sustentabilidade; credibilidade; capital ético; intervenção na microrregionalidade (grupos e comunidades) o que confere maior eficiência e agilidade; militância voluntaria não remunerada
   Forte relação entre degradação ambiental e desigualdade social; Se o contexto no qual se configuram as questões ambientais é marcado pelo conflito de interesses e uma polarização entre visões de mundo, as respostas precisam conter cada vez mais um componente de cooperação e de definição de uma agenda que acelere prioridades para a sustentabilidade como um novo paradigma de desenvolvimento. Não se devem esquecer, no caso, das determinações estruturais decorrentes de um sistema globalizado, de um padrão de consumo que promove o desperdício naquelas sociedades e segmentos que dele fazem parte, bem como a dualidade entre os que “têm” e os que “não têm”.
   Os desafios para ampliar a participação estão intrinsecamente vinculados à predisposição dos governos locais de criar espaços públicos e plurais de articulação e participação, nos quais os conflitos se tornam visíveis e as diferenças se confrontam como base constitutiva da legitimidade dos diversos interesses em jogo, ampliando as possibilidades de a população participar mais intensamente dos processos decisórios como um meio de fortalecer a sua co-responsabilidade na fiscalização e controle dos agentes responsáveis pela degradação socioambiental.
   Trata-se de criar as condições para a ruptura com a cultura política dominante e para uma nova proposta de sociabilidade baseada na educação para a participação. A educação ambiental, nas suas diversas possibilidades, abre um estimulante espaço para repensar práticas sociais e o papel dos professores como mediadores e transmissores de um conhecimento necessário para que os alunos adquiram uma base adequada de compreensão essencial do meio ambiente global e local, da interdependência dos problemas e soluções e da importância da responsabilidade de cada um para construir uma sociedade planetária mais equitativa e ambientalmente sustentável.


JACOBI, Pedro. Educação Ambiental, Cidadania e Sustentabilidade. Cadernos de Pesquisa, n.118, 2003.





2 comentários:

  1. Estou convicta que mudanças, que visam um desenvolvimento sustentáveis só serão possíveis através de uma ação em conjunto do poder público, iniciativa privada, como bancos, empresas, universidades. Muito interessante as soluções propostas pela empresa Siemens, na área de planejamento urbano sustentável de cidades. Vale a pena dar uma lida.

    http://www.siemens.com.br/desenvolvimento-sustentado-em-megacidades/

    Alessandra Ribeiro

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  2. Alessandra, concordo com seus argumentos, mas acredito que o cidadão isolado muito pode contribuir através do consumo consciente. Acessei a leitura que você indicou e, de fato, são tangíveis as propostas da Siemens. Obrigada, colabore sempre que puder!

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