Brasil: Um território Desigual
Título: “Industrialização: como afeta a economia e agrava a
pobreza nas regiões do Brasil”
No
Brasil, vem ocorrendo nos últimos anos a descentralização da indústria,
extinguindo a estrutura de arquipélago econômico. Como em todos os casos, as
indústrias são atraídas para as periferias por incentivos fiscais, mão de obra
barata, mercado consumidor, proximidade com as matérias primas e infraestrutura
de transporte e comunicação. Vamos analisar a contradição entre a expansão da
industria e o aumento da pobreza nas periferias.
Esse
processo migratório não alterou a divisão regional do trabalho que mantém a
região Sudeste, mais precisamente o estado de São Paulo como polo industrial e
econômico. A região Sul acompanha de perto o Sudeste nos setores econômico e
industrial, onde o bem estar social atinge níveis mais elevados.
Enquanto
isso a região Centro-Oeste com um processo de industrialização tardio e
concentrado em Goiás e Distrito Federal tem sua economia dependente do
agronegócio que contribui com a pobreza ao massacrar os pequenos produtores que
são expropriados e explorados. O agronegócio segue subjugando o Estado aos seus
interesses, mas ainda assim, acaba sendo subjugado pelo capital industrial. As
regiões Norte e Nordeste, mesmo com altos incentivos do Governo Federal,
concentram as industrias respectivamente na Zona Franca de Manaus e na Zona da
Mata, de forma que as demais regiões abrigam industrias de baixa tecnologia com
emprego (exploração) massivo de mão de obra barata, que acaba por atenuar a
pobreza em uma região marcada pelo contraste social.
Percebemos
que o Estado através de incentivos fiscais determina as regiões para as quais
as indústrias serão atraídas, contudo o dinheiro empregado em financiamentos e
subsídios à essas industrias é totalmente perdido se considerarmos que o lucro
real permanece de posse das grandes corporações e o país só se beneficia com
“status internacional”, onde as altas taxas de exportação elevam positivamente
a balança comercial. A população fica carente de investimentos nos setores
sociais, marginalizada a um programa de bolsas. Se os fundos públicos não
fossem descaradamente destinados ao grande capital que se instala em nossas
periferias, poderia ser investido em educação, que a meu ver, seria o caminho
para o desenvolvimento do país.
Kelly Leão
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