O ESPECTRO DA ALCA
MERCOSUL E ALCA
MERCOSUL E ALCA
ALCA
} Maior
zona de livre comercio do mundo
} Histórico
Na cúpula das Américas de 1994 realizada em Miami, Flórida,
os chefes das 34 nações (exceto Cuba) concordaram em assinar um pacto
hemisférico de comércio e de investimento, chamado Associação de Livre Comércio
das Américas – ALCA.
CONCORDARAM MAS NÃO ASSINARAM
} Objetivo
A ALCA pretende introduzir no hemisfério ocidental todas as
cláusulas dos acordos sobre serviços propostos pela OMG-GATS ( Acordo Geral
Sobre Comércio de Serviços), para criar uma superagencia de comércio com a mais
ampla autoridade sobre todos os aspectos da vida nessa região. com os poderes do AMI (Acordo
Multilateral sobre os Investimentos) que foi rejeitado pela OCDE em 1998
ALCA X SOCIEDADE CIVIL
Foi estabelecida uma Comissão de Representantes de Governo
para a Sociedade Civil. Ao mesmo tempo, os representantes das empresas entraram
diretamente no processo de negociações, por meio do Fórum de Negócios das
Américas.
O resultado foi a dominação das corporações nas negociações,
enquanto a sociedade civil ficou para trás.
Lembrando que essa comissão só foi criada porque organizações
da sociedade civil tinham exigido que grupos de trabalho sobre governança
democrática, trabalho e direitos humanos, segurança dos consumidores e meio
ambiente fossem incluídos nas negociações.
A Investida Econômica
Apesar de ter expandido sua hegemonia comercial e financeira
para todo o mundo, os EUA procuram aumentar sua participação no comércio e nas
transferências por serviços na America do Sul face à concorrência da União
Européia. (em outras palavras esta
proposta tem como claro objetivo, favorecer a economia Americana frente a
concorrência com a UE no que tange ao mercado da America do Sul)
A proposta da ALCA
v uma
subordinação de colônias à potencia imperial
v as
corporações transnacionais com sede nos EUA acumulam ativos latino-americanos
v determinam
o fluxo unilateral de lucros
v juros
e royalties, do sul para o norte
Essa subordinação e não a integração define a natureza
da ALCA, diferente da União Européia.
Em contabilidade, Ativo é um termo
básico utilizado para expressar o conjunto de bens, valores, créditos, direitos
e assemelhados que forma o patrimônio de uma pessoa, singular ou coletiva, num
determinado momento, avaliado pelos respectivos custos
Na atualidade, royaltie é o termo
utilizado para designar a importância paga ao detentor ou proprietário ou um
território, recurso
natural, produto, marca, patente de produto,
processo de produção, ou obra original, pelos direitos de exploração, uso,
distribuição ou comercialização do referido produto ou tecnologia.
A ALCA privilegia a posição monopolista dos EUA
proporciona mais oportunidades às empresas norte-americanas
para apropriarem-se de empresas privatizadas a preços ‘políticos’, em vez de
pagarem os preços do ‘mercado’.
No âmbito da ALCA, as corporações norte-americanas poderão
operar seguindo os regulamentos de seu país, em detrimento da legislação dos
países onde atuam, particularmente no que diz respeito à legislação
trabalhista, de saúde, de educação e ambiental.
O objetivo último da ALCA é construir uma barreira à
concorrência euro-asiática, para extrair o máximo de ganhos da América Latina
e, assim financiar o déficit e a crise econômica que se alastra rapidamente nos
EUA.
O Futuro Incerto da Soberania dos Países Sul-americanos
Após 11 anos de existência oficial, o MERCOSUL está
agonizando com as trocas comerciais entre seus parceiros praticamente
estancados.
A
persistência da crise financeira-fiscal-cambial da Argentina leva-a a procurar
negociar diretamente com os EUA em um eventual acordo bilateral. Também, o
Uruguai está esboçando uma política para ampliar o comércio com os EUA,
bilateralmente.
Mas segundo as regras do MERCOSUL, seus países membros
não podem negociar acordos bilaterais de livre comercio com outros governos.
Sem uma prévia integração da America Latina através do
MERCOSUL, não haverá possibilidade de negociar em pé de igualdade com os EUA ou
mesmo com a União Européia.
Sem um Mercosul forte não haverá possibilidade de negociar
em pé de igualdade com os EUA ou mesmo com a União Européia. Ambos procuram
construir mercados cativos para suas corporações transnacionais que deslocam
suas fábricas para as regiões que oferecem, alem de mão de obra relativamente
qualificada e barata, também condições de infraestrutura adequadas e,
frequentemente, subsídios e incentivos fiscais.
Os EUA querem incluir na regra sobre investimentos, no
futuro bloco integrado, uma cláusula que permita às empresas estrangeiras
processar os governos, em cortes internacionais.
A investida das empresas transnacionais, forçam a
privatização do setor público, Saúde e Educação, visando o desmantelamento
completo dos serviços públicos, obrigando os governos a submeter-se às normas
da concorrência internacional.
Como
fica a soberania nacional e os direitos dos cidadãos, dos países das América do
Sul, no caso de serem integrados à ALCA?
A Quem Interessa a ALCA?
Em resumo, o projeto da ALCA atende aos interesses
econômicos e estratégicos dos EUA na América do Sul, afetando particularmente o
Brasil, por seu potencial econômico, população, dimensões territoriais e
vocação democrática.
MERCOSUL E ALCA
A começar pela falta de complementaridade dos setores
produtivos e pela ausência de um sistema planejado de compensações para aqueles
que seriam afetados pela abertura, mesmo que parcial, das fronteiras
comerciais, a tão aclamada integração regional agravou as desigualdades sociais
e econômicas em cada um dos países parceiros.
O Projeto ALCA
Essa desvantagem de domínio tecnológico, do hardware e do
software, confere às empresas norte-americanas condições de competitividade
ímpares. Embora haja referencias ao papel das economias menores e a importância
das legislações trabalhistas e ambiental, as negociações tem se concentrado na
formulação de um acordo de comercio preferencial para produtos e serviços da
“nova geração”, nos quais mesmo os países desenvolvidos da America do Sul são
meros principiantes.
Por isso as empresas norte-americanas pressionam para
assegurar que os direitos de propriedade intelectual fossem plenamente
respeitados, ameaçando com sansões severas, alem das regras da OMC (Organização
Mundial de Comércio).
ALCA e o Brasil ?
A proposta ALCA atinge profundamente o projeto de integração
da America do Sul presente nos planos do MERCOSUL e do Governo Brasileiro,
cujos laços comerciais com a União Européia são tão ou mais importantes do que
aqueles com os EUA.
Para o Brasil, uma recusa da participar das negociações
sobre a ALCA poderia levar a um isolamento na própria America do Sul,
particularmente após a manifestação do Chile, buscando associar-se ao NAFTA.
Também Uruguai e Argentina, Colômbia e os países centro-americanos têm deixado
claro seu interesse em associar-se aos EUA.
Certamente a ALCA não imitará a União Européia, onde o livre
movimento de capital, de trabalho, serviços e tecnologia prevalece como norma
legal. Podemos esperar a abertura das fronteiras do Canadá e EUA para a livre
migração de trabalhadores da América Latina e do Caribe?
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