terça-feira, 18 de dezembro de 2012

COMEÇO DE CONVERSA – CONCEITOS - FICHAMENTO


COMEÇO DE CONVERSA – CONCEITOS
Cultura
A cultura também é usada frequentemente com outro sentido, para se referir à grande arte que é apreciada por poucos afortunados.
De acordo com Kuper, a visão francesa de “cultura” soma a ciência em seu favor como a mais alta expressão da cultura e da civilização.
Na Tradição Alemão, prevalece que, ao contrário do conhecimento científico, a sabedoria da cultura é subjetiva.
Os conceitos atuais de cultura não retomam diretamente a controvérsia de outrora, mas pode-se dizer que as ideias não foram de todo abandonadas.
A globalização traduz uma nova cultura de dimensão mundial. (...) A resistência das culturas locais é ressaltada e vista como uma alternativa a uma forma de progresso que não leva em consideração as especificidades das culturas não hegemônicas.
Etnocentrismo
Trata-se da tendência de considerar a cultura de seu próprio povo como a medida de todas as outras. Este costume parte dos europeus que consideravam os demais povos sem civilização. Esse conceito foi substituído pelo respeito à diversidade das culturas já que não se pode considerar inferior aquilo que apenas é diferente.
“O sentimento de gratidão e de humildade que cada membro de uma cultura determinada pode e deve sentir em relação a todas as outras apenas poderá fundamentar-se na convicção de que as outras são diferentes da sua, das mais variadas maneiras.”(Levi Straus, 1952, p.45)
Diversidade pode significar variedade, diferença e multiplicidade. Nos seus distintos significados nos remete à necessidade de verificar a característica mais importante de um ser ou de algo, que lhe confere um caráter distinto, uma identidade própria.
“Na diversidade residem as possibilidades de progresso da humanidade, uma vez que o progresso deriva da colaboração entre culturas diferentes. É através dela que se torna possível a compreensão das culturas, na medida em só a compreensão das diferenças permitirá atribuir a qualquer cultura individual seu sentido verdadeiro.”
Mito
O mito se compõe de crenças populares a respeito da humanidade e do mundo social, bem como da natureza e do significado do Universo. Freud por exemplo buscou explicar alguns mitos com base na psique, mas alguns antropólogos não aprovam esta ideia dizendo que o mito preenche na cultura primitiva uma função indispensável: é produto de uma fé viva que serve para codificar e reforçar normas grupais, salvaguardar as regras e a moralidade e promover a coesão social.
O Estruturalismo, na vertente de Lévi Strauss interpreta os mitos como um sistema de signos – uma linguagem cujo sentido é codificado e se encontra sob a superfície narrativa.
Os mitos, em todas as perspectivas teóricas, não são relacionados com o espaço e o tempo presente.
Ideologia
Ciência proposta pelo filósofo Destutt de Tracy que atribui a origem das ideias humanas às percepções sensoriais do mundo externo.
Pode ser vista como um sistema de ideias (crenças, tradições, princípios e mitos) interdependentes, sustentados por um grupo social de qualquer natureza ou dimensão, as quais refletem os interesses e compromissos institucionais, sejam estes morais, religiosos, políticos ou econômicos. Outra definição para ideologia é o conjunto de convicções filosóficas, sociais, políticas, etc. de um indivíduo ou um grupo de indivíduos que a compartilham.
Identidade
Idem: igualdade e continuidade. Examina a permanência em meio à mudança e a unidade em meio à diversidade.
A teoria psicodinâmica enfatiza o cerne de uma estrutura psíquica como tendo uma identidade contínua (em geral, conflitante).
Na tradição sociológica existem: “eu” como fase interior (um sabedor, subjetivo, criativo, inescutável e determinante); “eu” como fase exterior (“eu mesmo” – um conjunto de atitudes organizadas dos outros que a pessoa assume ela mesma). É o “eu mesmo” que está mais ligado à identidade.
A política da identidade tornou-se visível a partir dos anos 60 e esta particularmente associada a minorias étnicas, raciais e religiosas, bem como a movimentos sócias (feministas, negros, indígenas, lésbicas, gays, etc.). A dinâmica resultante é uma dialética entre cultura, política e identidade que promove a mudança social.
Interculturalismo
Multiplicidade de perspectivas nem sempre coincidentes.  Fleuri defende que o trabalho intercultural pretende contribuir para superar tanto a atitude de medo quanto a de indiferente tolerância ante o “outro”, construindo uma disponibilidade para a leitura positiva da pluralidade social e cultural. Alguns autores utilizam o termo inter-multicultural para indicar o conjunto de propostas educacionais que visam promover a relação e o respeito entro grupos socioculturais, mediante processos democráticos e dialógicos.
Este conceito oferece a possibilidade de respeitar as diferenças e de integrá-las em uma unidade que não as anule.
A educação, na perspectiva intercultural, deixa de ser assumida como um processo de formação de conceitos, valores, atitudes, baseando-se em uma relação unidirecional e unifocal.
O interculturalismo propõe uma convivência na diversidade, crê que por detrás da diversidade cultural há alguns valores comuns que devem ser o resultado de um processo aberto ao tempo, de convivência e diálogo entre as diferentes culturas em condições de igualdade, comuns no universal, plurais na diversidade.
A principal preocupação da interculturalidade é o consumo, aqui ou ali, de valores sempre diversos e renovados.
O intercultural não faz apologia de um novo pertencimento comunitário porque, antes de tudo, se preocupa em manter relações simultâneas e múltiplas com elementos e traços culturais de diversas procedências. Mesmo que as atitudes interculturais não sejam suficientes para incorporar ou fazer o aprendizado de uma outra cultura, não se pode negar que constitua, às vezes, um modo de abertura em relação ao outro, que pode mesmo, em certos casos, conduzir o individuo a considerar os traços culturais, alem do simples olhar pelo exótico ou do consumo superficial.
Liberdade
Desde Sócrates e o seu método, a maiêutica – método que consiste na multiplicação de perguntas, induzindo o interlocutor na descoberta de suas próprias verdades e na conceituação geral de um objeto – é uma conquista do saber que só se realiza pelo livre exercício das consciências.
(a escola) Ao colocar a criança no centro do processo, ao tomar o ativismo como fundamentos de desenvolvimento e de pensamento, a liberdade passa a ser princípio fundador da educação. Pensar e desenvolver é ser livre.
O ativismo segundo Cambi (1999) se caracteriza por:
1)  Papel essencial e ativo da criança no processo educativo;
2)  A valorização do fazer;
3)  A motivação, o interesse e a necessidade como relação;
4)  A centralidade do estudo do ambiente
5)  A socialização;
6)  O antiautoritarismo;
7)  O antiintelectualismo.
Para Paulo Freire, a liberdade está mais próxima de uma perspectiva existencial cristã. A liberdade e a consciência serão dois instrumentos dos oprimidos que se efetuam na ação, na participação, na luta e na prática.
Para Começo de Conversa: nas relações humanas, o que se entende por diversidade∕des? TEXTOS: Nilma Lino Gomes (2006) e Borges, Edson et AL (2002)

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