terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Metrópole coorporativa - fichamento


INTRODUÇÃO
(as cidades) elas separam em lugar de unir e nos deixam a impressão de que empobrecem a vida cotidiana ao invés de melhora-la. Pag. 9
(...) Nos países subdesenvolvidos, graças às peculiaridades de sua historia, os problemas são ampliados, os contrastes mais agudos, os remédios geralmente se impõe como novos problemas. Pag. 9
(...) essas metrópoles funcionam e evoluem segundo parâmetros globais. Mas elas tem especificidades, que se devem a historia do pais onde se encontram e à sua própria historia local. O mundo e o lugar intermediados pela formação socioeconômica e territorial, eis aí um principio de método a adotar, se quisermos apreender o significado de cada caso em particular. Pag. 9
(...) Não deve e nem pode deixar de lado as evidencias empíricas, obrigar-se á a retomá-las no contexto do presente e de sua elaboração. Pag. 10
(...) Trata-se do entendimento de um sistema, o que supõe sua historicidade, da qual lhe advém sua singularidade. Pag. 10
(...) o urbano tanto pode ser mais, quanto pode ser menos que a cidade e, sem o entendimento desta, considerada em uníssono como corpo e ação, a interpretação do urbano é frequentemente acanhada e insuficiente. Pag. 11
SÃO PAULO: UMA BREVE APRESENTAÇÃO
A área metropolitana de São Paulo é formada por 39 municípios (...). A população total é de cerca de 19 milhões de habitantes. (...) Essa aglomeração representa 11% da população brasileira, mas concentra cerca de 40% da produção industrial. Pag. 13
(...) Modernidade incompleta (...). Nela, (SP) se justapõem e se sobrepõem traços de opulência, devidos à pujança da vida econômica e suas expressões materiais, e sinais de desfalecimento, graças ao atraso das estruturas sociais e políticas. Tudo que há de mais moderno pode aí ser encontrado, ao lado das carências mais gritantes.  Pag. 13
São Paulo começa a ganhar fôlego, na historia econômica e territorial brasileira, no mesmo momento em que se instala a era industrial. A região paulista praticamente já nasce moderna, tanto pela produção, quanto pelo consumo. Pag. 13
“As ruas de São Paulo não envelhecem. Não tem tempo de envelhecer. (...) Aqui as casas vivem menos do que os homens. E se afastam para alargar as ruas. Nem há nada acatado, definitivo” (Maria do Carmo Bicudo Barbosa, 1087, p.8) (...) “As lembranças são mais duradouras do que o espaço construído e não encontram nele um apoio e um reforço” (Maria do Carmo Bicudo Barbosa, 1087, p.8-9). Pag. 14
(sobre essas mudanças) (...) condições exigidas para o aumento da eficiência e da rentabilidade. Pag. 14
(...) nela se exibem contrastes chocantes entre a riqueza de alguns e a pobreza de muitos. Pag. 14
A pobreza é estrutural e não residual. Ela aumenta na medida em que a cidade cresce. Pag. 15
(...) a extensão desmesurada da cidade enquanto dentro dela se mantém tantos vazios especulativos, é uma das causas do seu crescimento periférico. Esses fenômenos trabalham em conjunto, influenciando-se mutuamente e agravando a problemática urbana, cujas dimensões são multiplicadas pelas formas recentes do crescimento metropolitano: preferência pelos terrenos mais distantes para o estabelecimento de conjuntos habitacionais para as classes pobres; políticas públicas ligadas à modernização do sistema viário, com localização seletiva das infraestruturas, valorização diferencial dos terrenos e expansão da especulação, com todas as consequências derivadas da superposição de medidas elaboradas para atender às preocupações e interesses individualistas, agravando, desse modo, a crise urbana e as dificuldades em que vive a maioria da população. (em vez de interesses individualistas, não seria interesse do capital,  beneficiar as classes mais altas?) Pag. 16
CAPITULO 1: TAMANHO DA CIDADE, ESPECULAÇÃO, VAZIOS URBANOS
O Tamanho da Cidade
(...) até 1870, o raio do círculo que continha a área construída não passava de 1 KM. Em 1954, esse raio alcançaria 15 KM. Em nossos dias ... alcança medidas tão significativas, como 80 KM na direção Este-Oeste, e 40 KM na direção Norte-Sul. Pag. 17
(...) Segundo Lúcio Kovarick e Milton Campanário (1984)... “Somente nos anos 80, foram incorporados 480 km² de áreas periféricas que permanecem desprovidas dos principais serviços urbanos necessários à reprodução da força de trabalho”. Pag. 17-18
(...) Considera-se que, entre 1950 e 1980, a área urbana cresceu nove vezes, enquanto a população urbana multiplicou-se por 4,5 vezes. Pag. 18
Um dos estudiosos da metrópole paulistana, já em 1976, considerava sua área “desproporcionalmente grande, seja em relação ao crescimento demográfico e de atividades, seja em relação à capacidade do poder público promover os investimentos necessários para equipá-la com serviços públicos” (Luiz Carlos Costa, 1976, p. 19). Pag. 19
(...) nos primeiros decênios de seu desenvolvimento metropolitano, a cidade praticamente não é servida por transportes de massa, já que os trens apenas veiculam uma pequena parcela da população. (...) No final da década de 50 e inicio da década de 60, os bondes são eliminados e seus trilhos retirados e cobertos de asfalto, de modo a permitir que se pudesse implantar o modelo de desenvolvimento rodoviário que é hoje dominante. Pag. 23
Essa expansão rodoviária, combinada a fatores institucionais, acarreta, direta ou indiretamente, duas principais consequências: a primeira se dá quanto ao desenho urbano, com a cidade se expandindo ao longo de avenidas radiais mais ou menos adaptadas às linhas de relevo; a segunda, parcialmente resultante da primeira condição, verifica-se através de um grande empurrão no processo de especulação que iria acompanhar a evolução urbana até os nossos dias. Pag. 24
Recentemente o ritmo de expansão da cidade vertical foi mais rápido que o da cidade horizontal, mas as casas ainda são a grande maioria dos domicílios, assim como é maior a parcela correspondente da população. Entre 1981 e 1985, o número de casas aumentou de 4,23% e o de seus moradores de 1.81%, enquanto o estoque de apartamentos cresceu em 9,36 e o dos respectivos habitantes em 5,91%, consideradas as médias anuais. Pag. 25

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