MODERNIZAÇÃO DOLOROSA
Ø
Crescimento econômico e distribuição de renda –
Temas abordados pelos clássicos, mas sem foco na atualidade.
Ø
Estereotipização: Industrialização como avanço
econômico; campo como atraso econômico;
Ø
Dois mundos separados: desenvolvido e
subdesenvolvido - Propostas tratam este tema como se o subdesenvolvimento
antecedesse o desenvolvimento, como se todo país desenvolvido tivesse algum dia
sido subdesenvolvido e, na concepção de que a industrialização é o caminho para
o desenvolvimento e o campo é o entrave para o mesmo;
Ø
Arthur Lewis (1970): setor de subsistência com oferta ilimitada de trabalho
com produtividade
marginal, nula ou negativa, com salários à nível de subsistência. Setor
capitalista, dinâmico, com salários acima do nível de subsistência,
incentivando a transferência da mão de obra; Conforme o excedente do
capitalismo se amplia, este também prosperasse.
Ø
O crescimento se faria sem aumento dos salários,
até que a produtividade de trabalho no setor de subsistência se tornasse
positiva. Mas isso não
funcionaria em uma economia aberta.
Ø
“quando a acumulação de capital alcança a oferta de trabalho, os
salários começam a subir acima do nível de subsistência e o excedente
capitalista vê-se afetado de modo desfavorável. No entanto, se continua a haver
excedente de mão de obra em outros países, o capitalista pode evitar isso de
dois modos: incentivando a imigração ou exportando seu capital para os países
em que ainda há excedente de mão de obra e salários de subsistência. (...) A
exportação de capital é uma solução muito mais fácil para os capitalistas,
visto que os sindicatos trabalham suficientemente contra a imigração, sendo, no
entanto, muito menos eficazes no controle à exportação de capital” (LEWIS).
Ø
Lewis substitui a antiga divisão de classes por
uma divisão setorial (setor capitalista e de subsistência);
Ø
Sobre a produção nula ou negativa, isso
significa que os trabalhadores consomem tanto ou mais do que produzem; já a
concentração de renda não significa necessariamente o aumento do nível de
poupança e consequente desenvolvimento da economia interna;
Ø
Para Lewis, a agricultura tem um papel passivo no processo de
crescimento econômico, sendo responsável por liberar mão de obra para o setor
capitalista e alimentá-la a preços constantes;
Ø
Para Paiva (1976, p 12 e 13) compete à
agricultura o atendimento a demanda desses produtos (alimentos e matérias
primas a preços constantes):
a) Em
menores preços reais para o consumidor;
b) Com
aumento de renda para os produtores agrícolas;
c) Melhores
condições de salários e de vida para os trabalhadores rurais.
Ø
Só com a modernização da agricultura será
possível que a mesma desempenhe seu papel;
1.2 O Novo Papel da Agricultura na Evolução do Modo
Capitalista de Produção
Ø
“A expropriação do produtor rural, do camponês,
que fica assim privado de suas terras, constitui a base de todo o processo
capitalista”. (Marx 1971, p 30)
Ø
A expropriação e a expulsão de uma parte da população rural libera
trabalhadores, seus meios de subsistência e meios de trabalho, em benefício do
capitalista industrial, além disso, cria o mercado interno (Marx
também);
Ø
Surge então a sociedade do consumo;
Ø
Apesar da diminuição de seus cultivadores, o
solo proporcionava a mesma quantidade de produção ou maior por causa da melhoria
nos métodos de cultura, maior cooperação, concentração dos meios de produção;
melhor desempenhos dos assalariados, etc..
EM SALA
Ø
Industrialização como forma milagrosa de gerar
desenvolvimento;
Ø
Excesso de mão de obra na cidade que leva a
diminuir os salários, as condições de habitação e de sobrevivência;
Ø
A reforma agrária não existe, não houve mudança
na estrutura agrária (muitos tem pouco e poucos tem muito), maior parcela de
terras com maior numero de pessoas trabalhando nelas, melhora o nível de
subsistência;
Ø
Produção de alimentos não é atrativa para o
capital por que o custo de produção não permite grandes lucros, ao contrario
das grandes monoculturas que dominam na atualidade (cana, soja, agropecuária
bovina, etc.)
Ø
Segundo Adam Smith 1936: mão de obra que produz
apenas para a subsistência e mão de obra que produz para prosperidade do
capitalismo;
Ø
A mão de obra expulsa do campo causa inchaço na
cidade e o campo não reabsorve essa mão de obra de volta;
Ø
Não tem como diminuir o valor do produto para o
consumidor se não houver uma oferta abrangente do produto (em geral, mas
estamos falando sobre gêneros alimentícios);
Ø
Tuuuudo por causa da sujeição da força de
trabalho ao capital;
Ø
As maiores rendas tendem a pertencer ao que tem
especialização e reside em zona ubana;
Ø
As pessoas que moram em regiões suburbanas,
muitas vezes não tem acesso ao mercado da cidade onde os preços são mais
baixos;
Ø
A renda mais baixa esta com os trabalhadores sem
especialização que residem longe ou contra mão dos centros de consumo e comércio;
Ø
Quanto à
produção de alimentos:
Ø
Pequena propriedade: extensão de terra pequena
que esta produzindo alimentos
Ø
Pequeno Produtor: pode não possuir de fato a
propriedade da terra, pode ter arrendado ou estar em parceria com os grandes
latifúndios;
Ø
70 a 80% da produção que abastece o mercado de
alimentos brasileiro advém do pequeno produtor;
Ø
O Estado brasileiro é totalmente neo liberal
(ver exemplo da diferença de liberação de verbas para os grandes produtores e
os pequenos produtores);
Ø
Estado favorece a capitalização da grande
propriedade;
Ø
Credito rural mais favorece os grandes
proprietários de terra que têm a possibilidade de deixar suas terras como
garantia;
Ø
Credito rural vai financiar na maior parte os
grandes proprietários;
Estrutura Fundiária e
Relações de Produção
Ø
Cinco etapas no processo de industrialização ∕
desenvolvimento do capitalismo no Brasil:
Ø
De 1850 a 1888 da proibição do trafico negreiro
à abolição da escravatura trazendo o fim do sistema colonial -
havia bloqueio da industrialização;
Ø
De 1888 A 1933 reflexos da crise de 29 no país
com parada de produção, estoque elevado de café (não havendo compra por causa
da crise) onde para o Estado não era vantajoso vender esse café a preços mais
baixos. O capital industrial já está consolidado no país;
Ø
De 1933 a 1945: Brasil pós crise modifica sua
estrutura agrária que ate então só exportava açúcar e café. Passa a
diversificar essa estrutura agrícola, iniciam-se o uso das maquinas, iniciando
em pequena escala a expulsão de alguns camponeses de suas terras, substituídos
pelas maquinas. Movimento endógeno de acumulação de capital e de mão de obra;
Ø
De 1 956
a 1966 investimentos na industrialização que passa a ser mais pesada (abrange
ascensão da industria e mas a partir de 1961 o setor passa por crise. O mercado
vive de crise – transição – ascensão – crise);
Ø
De 1967 a 198? Expansão e retração da economia
brasileira, este período perdura até hoje;.
Ø
Abrange o
período do êxodo rural no Brasil de 1970 que foi o maior do mundo, sendo que
apenas 10% da população total permaneceu no campo;
Ø
A subordinação da terra representa pois a sua
reprodução pelo capital, dado que o capital cria a forma de propriedade
adequada a si mesmo – o homem pode tudo na terra, menos reproduzi-la, é a única
coisa que o capital não consegue reproduzir;
Ø
Antes se produzia no campo e se consumia no
campo, mas a partir de 1956, a população do campo passa a ter que comprar
produtos industrializados na cidade;
Ø
Argumentos de defesa da industrialização:
estrangulamento na oferta de alimentos aos setores urbanos; não ampliação do
mercado interno para industria nascente.
Ø
Estrutura agrária extremamente concentrada
permitia que as grandes fazendas continuassem praticamente “auto suficientes”
(arrendamentos, parcerias, etc.);
Ø
Grandes propriedades não atrapalham o processo
de industrialização, ao contrario, é vantajosa ao capital; atualmente as
grandes propriedades estão mundializadas, a globalização contribui dessa forma
com o campo: com a informação;
Ø
A terra não pode ser multiplicada;
Ø
O proprietário fundiário sempre foi o dirigente
no processo produtivo brasileiro;
Ø
Estabelecimento
agrícola não compete obrigatoriamente a posse da terra, ao contrário do
imóvel rural;
Ø
Expansão da fronteira agrícola de 1965 e 67
extingue a pequena propriedade; Alem disso, também a ameaçam: criação e
recriação da pequena propriedade e depois a retração e expansão da grande
propriedade;
Ø
O centro sul se modernizou muito rápido, o
nordeste estagnado e a Amazônia ficou como fronteira agrícola, recentemente
incorporada;
Ø
A urbanização das cidades veio com a
modernização do campo;
Ø
A expansão da fronteira agrícola permitiu
expandir a produção agrícola no Brasil sem necessidade de redistribuir a
propriedade agrária;
Ø
Antes as fazendas produziam tudo (leite, carne,
milho, café, etc.), praticamente auto suficientes; posteriormente aparecem as
fazendas especializadas, com a produção de um único produto gerando assim a
divisão territorial do trabalho;
Ø
Camponês é camponês ou é um pequeno capitalista?
Tópicos discutidos em sala sobre fragmento do texto de José Graciano da Silva
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