terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Modernização dolorosa


MODERNIZAÇÃO DOLOROSA
Ø  Crescimento econômico e distribuição de renda – Temas abordados pelos clássicos, mas sem foco na atualidade.
Ø  Estereotipização: Industrialização como avanço econômico; campo como atraso econômico;
Ø  Dois mundos separados: desenvolvido e subdesenvolvido - Propostas tratam este tema como se o subdesenvolvimento antecedesse o desenvolvimento, como se todo país desenvolvido tivesse algum dia sido subdesenvolvido e, na concepção de que a industrialização é o caminho para o desenvolvimento e o campo é o entrave para o mesmo;
Ø  Arthur Lewis (1970): setor de subsistência com oferta ilimitada de trabalho com produtividade marginal, nula ou negativa, com salários à nível de subsistência. Setor capitalista, dinâmico, com salários acima do nível de subsistência, incentivando a transferência da mão de obra; Conforme o excedente do capitalismo se amplia, este também prosperasse.
Ø  O crescimento se faria sem aumento dos salários, até que a produtividade de trabalho no setor de subsistência se tornasse positiva. Mas isso não funcionaria em uma economia aberta.
Ø  “quando a acumulação de capital alcança a oferta de trabalho, os salários começam a subir acima do nível de subsistência e o excedente capitalista vê-se afetado de modo desfavorável. No entanto, se continua a haver excedente de mão de obra em outros países, o capitalista pode evitar isso de dois modos: incentivando a imigração ou exportando seu capital para os países em que ainda há excedente de mão de obra e salários de subsistência. (...) A exportação de capital é uma solução muito mais fácil para os capitalistas, visto que os sindicatos trabalham suficientemente contra a imigração, sendo, no entanto, muito menos eficazes no controle à exportação de capital” (LEWIS).
Ø  Lewis substitui a antiga divisão de classes por uma divisão setorial (setor capitalista e de subsistência);
Ø  Sobre a produção nula ou negativa, isso significa que os trabalhadores consomem tanto ou mais do que produzem; já a concentração de renda não significa necessariamente o aumento do nível de poupança e consequente desenvolvimento da economia interna;
Ø  Para Lewis, a agricultura tem um papel passivo no processo de crescimento econômico, sendo responsável por liberar mão de obra para o setor capitalista e alimentá-la a preços constantes;
Ø  Para Paiva (1976, p 12 e 13) compete à agricultura o atendimento a demanda desses produtos (alimentos e matérias primas a preços constantes):
a)      Em menores preços reais para o consumidor;
b)      Com aumento de renda para os produtores agrícolas;
c)       Melhores condições de salários e de vida para os trabalhadores rurais.
Ø  Só com a modernização da agricultura será possível que a mesma desempenhe seu papel;

1.2 O Novo Papel da Agricultura na Evolução do Modo Capitalista de Produção
Ø  “A expropriação do produtor rural, do camponês, que fica assim privado de suas terras, constitui a base de todo o processo capitalista”. (Marx 1971, p 30)
Ø  A expropriação e a expulsão de uma parte da população rural libera trabalhadores, seus meios de subsistência e meios de trabalho, em benefício do capitalista industrial, além disso, cria o mercado interno (Marx também);
Ø  Surge então a sociedade do consumo;
Ø  Apesar da diminuição de seus cultivadores, o solo proporcionava a mesma quantidade de produção ou maior por causa da melhoria nos métodos de cultura, maior cooperação, concentração dos meios de produção; melhor desempenhos dos assalariados, etc..
EM SALA
Ø  Industrialização como forma milagrosa de gerar desenvolvimento;
Ø  Excesso de mão de obra na cidade que leva a diminuir os salários, as condições de habitação e de sobrevivência;
Ø  A reforma agrária não existe, não houve mudança na estrutura agrária (muitos tem pouco e poucos tem muito), maior parcela de terras com maior numero de pessoas trabalhando nelas, melhora o nível de subsistência;
Ø  Produção de alimentos não é atrativa para o capital por que o custo de produção não permite grandes lucros, ao contrario das grandes monoculturas que dominam na atualidade (cana, soja, agropecuária bovina, etc.)
Ø  Segundo Adam Smith 1936: mão de obra que produz apenas para a subsistência e mão de obra que produz para prosperidade do capitalismo;
Ø  A mão de obra expulsa do campo causa inchaço na cidade e o campo não reabsorve essa mão de obra de volta;
Ø  Não tem como diminuir o valor do produto para o consumidor se não houver uma oferta abrangente do produto (em geral, mas estamos falando sobre gêneros alimentícios);
Ø  Tuuuudo por causa da sujeição da força de trabalho ao capital;
Ø  As maiores rendas tendem a pertencer ao que tem especialização e reside em zona ubana;
Ø  As pessoas que moram em regiões suburbanas, muitas vezes não tem acesso ao mercado da cidade onde os preços são mais baixos;
Ø  A renda mais baixa esta com os trabalhadores sem especialização que residem longe ou contra mão dos centros de consumo e comércio;

Ø  Quanto à produção de alimentos:
Ø  Pequena propriedade: extensão de terra pequena que esta produzindo alimentos
Ø  Pequeno Produtor: pode não possuir de fato a propriedade da terra, pode ter arrendado ou estar em parceria com os grandes latifúndios;
Ø  70 a 80% da produção que abastece o mercado de alimentos brasileiro advém do pequeno produtor;
Ø  O Estado brasileiro é totalmente neo liberal (ver exemplo da diferença de liberação de verbas para os grandes produtores e os pequenos produtores);
Ø  Estado favorece a capitalização da grande propriedade;
Ø  Credito rural mais favorece os grandes proprietários de terra que têm a possibilidade de deixar suas terras como garantia;
Ø  Credito rural vai financiar na maior parte os grandes proprietários;

Estrutura Fundiária e Relações de Produção
Ø  Cinco etapas no processo de industrialização ∕ desenvolvimento do capitalismo no Brasil:
Ø  De 1850 a 1888 da proibição do trafico negreiro à abolição da escravatura trazendo o fim do sistema colonial  -  havia bloqueio da industrialização;
Ø  De 1888 A 1933 reflexos da crise de 29 no país com parada de produção, estoque elevado de café (não havendo compra por causa da crise) onde para o Estado não era vantajoso vender esse café a preços mais baixos. O capital industrial já está consolidado no país;
Ø  De 1933 a 1945: Brasil pós crise modifica sua estrutura agrária que ate então só exportava açúcar e café. Passa a diversificar essa estrutura agrícola, iniciam-se o uso das maquinas, iniciando em pequena escala a expulsão de alguns camponeses de suas terras, substituídos pelas maquinas. Movimento endógeno de acumulação de capital e de mão de obra;
Ø  De 1       956 a 1966 investimentos na industrialização que passa a ser mais pesada (abrange ascensão da industria e mas a partir de 1961 o setor passa por crise. O mercado vive de crise – transição – ascensão – crise);
Ø  De 1967 a 198? Expansão e retração da economia brasileira, este período perdura até hoje;.
Ø   Abrange o período do êxodo rural no Brasil de 1970 que foi o maior do mundo, sendo que apenas 10% da população total permaneceu no campo;
Ø  A subordinação da terra representa pois a sua reprodução pelo capital, dado que o capital cria a forma de propriedade adequada a si mesmo – o homem pode tudo na terra, menos reproduzi-la, é a única coisa que o capital não consegue reproduzir;
Ø  Antes se produzia no campo e se consumia no campo, mas a partir de 1956, a população do campo passa a ter que comprar produtos industrializados na cidade;
Ø  Argumentos de defesa da industrialização: estrangulamento na oferta de alimentos aos setores urbanos; não ampliação do mercado interno para industria nascente.
Ø  Estrutura agrária extremamente concentrada permitia que as grandes fazendas continuassem praticamente “auto suficientes” (arrendamentos, parcerias, etc.);
Ø  Grandes propriedades não atrapalham o processo de industrialização, ao contrario, é vantajosa ao capital; atualmente as grandes propriedades estão mundializadas, a globalização contribui dessa forma com o campo: com a informação;
Ø  A terra não pode ser multiplicada;
Ø  O proprietário fundiário sempre foi o dirigente no processo produtivo brasileiro;
Ø  Estabelecimento  agrícola não compete obrigatoriamente a posse da terra, ao contrário do imóvel rural;
Ø  Expansão da fronteira agrícola de 1965 e 67 extingue a pequena propriedade; Alem disso, também a ameaçam: criação e recriação da pequena propriedade e depois a retração e expansão da grande propriedade;
Ø  O centro sul se modernizou muito rápido, o nordeste estagnado e a Amazônia ficou como fronteira agrícola, recentemente incorporada;
Ø  A urbanização das cidades veio com a modernização do campo;
Ø  A expansão da fronteira agrícola permitiu expandir a produção agrícola no Brasil sem necessidade de redistribuir a propriedade agrária;
Ø  Antes as fazendas produziam tudo (leite, carne, milho, café, etc.), praticamente auto suficientes; posteriormente aparecem as fazendas especializadas, com a produção de um único produto gerando assim a divisão territorial do trabalho;
Ø  Camponês é camponês ou é um pequeno capitalista?

Tópicos discutidos em sala sobre fragmento do texto de José Graciano da Silva

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