Por Pedro de Almeida Vasconcelos
INTRODUÇÃO
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Em qualquer ramo de estudo, a Geografia Clássica
pode ser considerada um campo de análise variando a escala utilizada.
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Ter o espaço como objeto da Geografia a coloca
em desvantagem sob as outras ciências especializadas porque o espaço é muito
abrangente.
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Geografia: ciência da natureza ou ciência
social?
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Geografia urbana: um ramo da Geografia com uma
vasta variedade de estudos e análises.
A GEOGRAFIA CLÁSSICA E A CIDADE
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A Geografia acadêmica instituída no século XIX,
no seio da revolução industrial que promovia graves mudanças no espaço. Mesmo
assim, era voltada ao estudo das paisagens somente, sobretudo as rurais.
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“A Geografia é uma ciência de lugares” Vidal de
La Blache – a ação do homem produz e reproduz lugares.
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O ‘determinismo’ (sim, o determinismo, não a
determinação) de Ratzel começa a intensificar os estudos sobre a cidade,
empregando ai a associação do termo ‘função’ que viria a ser muito utilizado.
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Pioneiros dos estudos urbanos: Meuriot (1897),
Otto Schluter (1899) e D. Clark (1907).
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O ramo desponta em língua inglesa e só depois na
francesa.
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Ao longo do século XX, estudos ainda humildes
vão se espalhando em publicações pelo globo.
A GEOGRAFIA CLÁSSICA E A CIDADE NO BRASIL
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Em 1934 é introduzida como disciplina acadêmica
no Brasil (Universidade do Distrito Federal – UFRJ e USP).
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Em 1935 Caio Prado Jr. Escreve um texto sobre
São Paulo que auxilia no entendimento do desenvolvimento das cidades.
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Deffontaines (historiador) publica estudos sobre
RJ e SP, tendo qualificado a primeira como cidade do consumo e a segunda como a
cidade da produção.
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Importante destacar que nem todos os estudos
sobre as cidades são obras de geógrafos.
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Aroldo Azevedo (geógrafo) foi o maior
contribuinte da Geografia Urbana no período de 1941 a 1962, com 32 trabalhos
publicados.
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Em 1941 considera-se no estudo de P. Mombeing
sobre a cidade: a posição (situação geográfica e local); a evolução urbana
(demografia, habitação, circulação): as funções urbanas (comercial, industrial,
bancária, espiritual) e o exame do raio de ação da cidade e de sua região de
influencia.
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No pós guerra, os estudos urbanos são
definitivamente tomados por nomes brasileiros, quando antes, as produções em território
nacional, tomavam como embasamento as produções da França principalmente.
Despontam Josué de Castro e Milton Santos em 1954.
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A primeira grande publicação é da AGB de São
Paulo em 1958, a mais completa obra sobre a cidade (de São Paulo, lógico).
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Nossos autores (Pedro Geiger, 1963) já tem como
base uma bibliografia nacional para suas pesquisas (eu já falei isso antes,
mas...)
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Manoel Correia de Andrade, em 1979 incorpora a
historicidade no estudo das questões sociais urbanas (até então tidas apenas
como descritivas) e, com isso se aproxima da Geografia Critica.
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Era urgente a necessidade da Geografia
contribuir para as atividades de planejamento.
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Autores buscavam padrões espaciais e de
organização, bem como classificação e hierarquização do espaço.
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No estudo das cidades, tendência para uma
mudança de escala para o estudo de redes, deixando um pouco de lado o
intra-urbano.
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Análises de hierarquia urbana.
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Exame da cidade como sistema dentro de um
sistema de cidades.
GEOGRAFIA TEORICO QUANTITATIVA E A CIDADE
NO BRASIL
INFLUENCIA ANGLO-SAXONICA DOMINANTE
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Introduzida no Brasil pelo IBGE em conformidade
com a decisão do Instituto Panamérico de Geografia e História de elaborar texto
básico que escrevesse as mais recentes tendências na Geografia, em termos conceituais
e metodológicos e torná-los acessíveis aos geógrafos da América Latina.
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De relevância também os estudos encomendados
pela Sudene em 1980.
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A influencia da Escola de Chicago tende a
desconsiderar o processo histórico da análise, com isso dando abertura para a critica
que aponta os estudos da época como descritivos.
A GEOGRAFIA CRÍTICA
E A CIDADE
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A Geografia Crítica aparece nos anos 70, com a
maior parte dos seus estudos sob a óptica marxista, onde o processo histórico
ganha importância e as contradições e conflitos vem a tona. A cidade é vista
como lócus principal da acumulação de capital e da contradição entre capital e
trabalho e entre sociedade civil e Estado. A segregação do espaço pelas classes
dominantes é examinada, alem da divisão territorial do trabalho. Novos
conceitos são necessários para acompanhar essas novas formulações.
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Autores não marxistas também tem adotado uma visão
crítica sobre as questões urbanas.
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Autores de outras disciplinas vão contribuir
para o pensamento crítico da cidade, dentre eles, o principal, Lefebvre.
Finalmente o pensamento brasileiro começa a influenciar o mundo.
A GEOGRAFIA E A
CIDADE BRASILEIRA
INFLUENCIA
BRASILEIRA PREDOMINANTE?
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Em 1975 a questão da pobreza do Terceiro Mundo é
levantada por Milton Santos no exame dos circuitos da economia urbana.
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Em 1986 J. Vesentini (isso, nosso querido e
conhecido Vesentini) aborda o tema em sua tese de doutorado.
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Em 1988 Maria Encarnação Sposito publica
Capitalismo e Urbanização.
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Em 1989 entra em cena Ana Fani Carlos com publicações
que estamos estudando.
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Eis os nomes mais conhecidos dentre nós
especificamente, mas diversos outros autores elaboraram analises e produções
sobre a dinâmica e os fluxos da cidade no Brasil sob o prisma crítico,
embasando os debates que nós hoje enriquecemos.
CONCLUSÕES
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A produção da geografia urbana brasileira é
considerável.
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Na Geografia Clássica, a influencia francesa era
predominante pela presença de professores franceses nas universidade de SP e
RJ.
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Tentando sintetizar, podemos destacar exemplos
das contribuições especificas, para a compreensão das cidades ou das sociedades
nas cidades, produzidas pelos paradigmas da Geografia Urbana:
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No paradigma clássico: o sítio e a situação; a
evolução urbana; as funções urbanas; os raios de ação das cidades; e a região de
influencia das mesmas.
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No paradigma teórico quantitativo: a
classificação das cidades; a hierarquização das cidades; a distribuição das
cidades segundo o tamanho; os sistemas das cidades; os padrões locacionais e
espaciais.
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No paradigma crítico: os circuitos superior e
inferior; os elementos do espaço; a divisão territorial do trabalho; a divisão social
do espaço; a divisão territorial do trabalho; a divisão social do espaço; as
formações socioespaciais.
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Apesar dessa importante contribuição para o
entendimento das cidades, a Geografia atualmente esta perdendo terreno para
estudiosos de outras áreas (sociólogos, antropólogos, economistas, arquitetos,
engenheiros, etc). Para que esta tendência não predomine, é preciso produzir
estudos sem desprezar os estudos urbano regionais, de firme domínio da
Geografia.
CARLOS, Ana F. A. Os caminhos da reflexão sobre a cidade e o
urbano. P. 63-78. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1994
Fichamento: Kelly Leão
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