sexta-feira, 17 de maio de 2013

REDES URBANAS


            A industrialização, junto à crescente urbanização e evolução dos meios de transporte e comunicações leva a definições de lugar central e mercado (área de abrangência do lugar central), com isso acaba-se criando uma hierarquia da rede urbana, dado que as localidades menores não oferecem polarização suficiente. Surgem daí as redes urbanas com centros funcionalmente articulados, de maneira que, quanto mais elevada a classe da cidade, mais especializados e raros são seus serviços e maior a sua área de abrangência. Uma rede onde os papéis de cada localidade são definidos pelas grandes corporações e principalmente pelo Estado, pois para este, a centralização (a criação de regiões metropolitanas) significa um controle maior sobre o território. Assim sendo, a rede urbana é reflexo e condição para o capitalismo e, para ser devidamente compreendida, precisa ser analisada do ponto de vista histórico e do prisma atual. Historicamente, as redes urbanas podem ter base na rede de transportes. Entretanto, em sua gênese, assim como nas demais redes existentes, encontra-se a divisão territorial do trabalho, onde se definem elementos fundamentais: fluxos (interações entre os nós) e fixos (pontos que determinam essas interações.
            Esta concepção vai de acordo a Geografia Teorética, na qual a natureza esta inserida em um espaço geométrico, matemático, hierarquizado e com finalidades voltadas aos interesses dos Estados. O IBGE apresenta através do REGIC resultados de pesquisas sobre a rede urbana brasileira, onde principalmente se mensura a rede de influencia das cidades e sua classificação funcional. A nível global, o Brasil possui duas cidades mundiais, São Paulo e Rio de Janeiro que participam de uma rede de cidades de escala global.
            O fator globalização ajudou não somente as redes mas também acresceu grandes facilidades às pesquisas sobre o assunto, formando inclusive redes de pesquisas e redes afins que não necessariamente se tocam. A rede de cidades entra no cenário de pesquisa como a sobreposição de todas as outras redes (inclusive redes ilegais como o tráfico), onde as cidades se posicionam como nós. É uma rede que não depende mais da contiguidade espacial, onde a integração dos territórios gerada pela globalização, beneficiam os circuitos propiciando maiores fluxos de rede.
            Em observação mais detalhada, percebe-se que as redes estão sempre em transformação, sendo o produto, meio e condição do território que para o Estado significam o controle do mesmo. Em uma rede, quanto maior o tamanho das propriedades, menor será o numero de localidades expressivas, de forma que o tamanho das propriedades chega a gerar o bloqueio da dinâmica econômica de uma rede. Já em analise sócio-espacial, as redes devem ser vistas como produto das relações sociais, não são neutras pois refletem as relações que se traçam neste território.
            A incorporação e refuncionalização de áreas, alem de uma mais efetiva divisão territorial do trabalho nos leva a um quadro de maior complexidade funcional dos centros urbanos com localidades que exercem funções centrais e localidades que exercem especializações produtivas. Assim, ainda existe a hierarquia das cidades, mas através das redes que a sustenta, é possível que haja interações que suplantem essa hierarquização, permitindo fluxos sem intermediação entre localidades de maior distancia entre si, integrando centros regionais sem interação com as grandes metrópoles.
            Destacam-se seis tipos de redes:
Rede solar: um nó central vincula nós menores;
Rede dendrítica: localização excêntrica do centro nodal;
Rede christaleriana: há centro nodal e centros menores, rede caracterizada pela hierarquização dos nós.
Rede axial: disposição linear dos nós, associada geralmente à uma única via de trafego linearmente disposta;
Rede circular: nós dispostos em circuito circular sem um centro nodal;
Rede de múltiplos circuitos: varias ligações possíveis sem que haja necessariamente a intermediação dos nós entre elas.
Rede christaleriana ou esquema clássico.

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