A
industrialização, junto à crescente urbanização e evolução dos meios de
transporte e comunicações leva a definições de lugar central e mercado (área de
abrangência do lugar central), com isso acaba-se criando uma hierarquia da rede
urbana, dado que as localidades menores não oferecem polarização suficiente.
Surgem daí as redes urbanas com centros funcionalmente articulados, de maneira
que, quanto mais elevada a classe da cidade, mais especializados e raros são
seus serviços e maior a sua área de abrangência. Uma rede onde os papéis de
cada localidade são definidos pelas grandes corporações e principalmente pelo
Estado, pois para este, a centralização (a criação de regiões metropolitanas)
significa um controle maior sobre o território. Assim sendo, a rede urbana é
reflexo e condição para o capitalismo e, para ser devidamente compreendida,
precisa ser analisada do ponto de vista histórico e do prisma atual.
Historicamente, as redes urbanas podem ter base na rede de transportes.
Entretanto, em sua gênese, assim como nas demais redes existentes, encontra-se
a divisão territorial do trabalho, onde se definem elementos fundamentais:
fluxos (interações entre os nós) e fixos (pontos que determinam essas interações.
Esta
concepção vai de acordo a Geografia Teorética, na qual a natureza esta inserida
em um espaço geométrico, matemático, hierarquizado e com finalidades voltadas
aos interesses dos Estados. O IBGE apresenta através do REGIC resultados de
pesquisas sobre a rede urbana brasileira, onde principalmente se mensura a rede
de influencia das cidades e sua classificação funcional. A nível global, o
Brasil possui duas cidades mundiais, São Paulo e Rio de Janeiro que participam
de uma rede de cidades de escala global.
O
fator globalização ajudou não somente as redes mas também acresceu grandes
facilidades às pesquisas sobre o assunto, formando inclusive redes de pesquisas
e redes afins que não necessariamente se tocam. A rede de cidades entra no
cenário de pesquisa como a sobreposição de todas as outras redes (inclusive
redes ilegais como o tráfico), onde as cidades se posicionam como nós. É uma
rede que não depende mais da contiguidade espacial, onde a integração dos territórios
gerada pela globalização, beneficiam os circuitos propiciando maiores fluxos de
rede.
Em
observação mais detalhada, percebe-se que as redes estão sempre em transformação,
sendo o produto, meio e condição do território que para o Estado significam o
controle do mesmo. Em uma rede, quanto maior o tamanho das propriedades, menor
será o numero de localidades expressivas, de forma que o tamanho das
propriedades chega a gerar o bloqueio da dinâmica econômica de uma rede. Já em
analise sócio-espacial, as redes devem ser vistas como produto das relações
sociais, não são neutras pois refletem as relações que se traçam neste
território.
A
incorporação e refuncionalização de áreas, alem de uma mais efetiva divisão territorial
do trabalho nos leva a um quadro de maior complexidade funcional dos centros
urbanos com localidades que exercem funções centrais e localidades que exercem
especializações produtivas. Assim, ainda existe a hierarquia das cidades, mas
através das redes que a sustenta, é possível que haja interações que suplantem
essa hierarquização, permitindo fluxos sem intermediação entre localidades de
maior distancia entre si, integrando centros regionais sem interação com as
grandes metrópoles.
Destacam-se
seis tipos de redes:
Rede solar: um nó central vincula
nós menores;
Rede dendrítica: localização excêntrica
do centro nodal;
Rede christaleriana: há centro nodal
e centros menores, rede caracterizada pela hierarquização dos nós.
Rede axial: disposição linear dos
nós, associada geralmente à uma única via de trafego linearmente disposta;
Rede circular: nós dispostos em
circuito circular sem um centro nodal;
Rede de múltiplos circuitos: varias ligações
possíveis sem que haja necessariamente a intermediação dos nós entre elas.
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| Rede christaleriana ou esquema clássico. |

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