Centro
e periferia
A
conformação de um mercado interno passou por diversas fases, e com o passar do
tempo, essa conformação foi rompendo o isolamento regional que existias no Brasil , e
as regiões começaram a ter envolvimento entre si.
A
cafeicultura deu condições para a implantação de indústrias, nesse período a
vida de mão de obra imigrante faz com que
surgissem novas formas de produção
atender as necessidades desses trabalhadores, essas necessidades básicas
começaram a serem atendidas pelas próprias indústrias dentro do país.
Assim
se fez necessários novas tecnologias, e surgindo investimentos destinados a infraestrutura,
com objetivo de expandir a produção,
formando um parque industrial. Dentre esses investimentos o estado
ofereceu estrutura para empresas nacionais e multinacionais.
A
periferia teve um papel fundamental no ritmo do crescimento das atividades
industriais, a nova divisão do trabalho
que teve dentro da própria acumulação do capital, foi o
elemento chave para o lucro das empresas.
A estrutura da industrialização pode
ser apresentada por três grandes partes: a área de core sua periferia
integrada, as periferias deprimidas e a fronteira de recursos. Não eram somente
espaços, mas passava todo um contexto histórico, onde fora uma produção marcada por fatores nacionais,
grandes complexos industrias, tudo fruto de uma acumulação de trabalho.
A área core e a periferia integrada
Em 1960, cerca de 85% da renda
nacional era integrada a área core, que representava o Brasil metropolitano,
sendo isso intensificado em mercadorias, força de trabalho e capitais. Assim já
demonstrava uma diferenciação entre o desenvolvimento do centro sul e um
processo especialização regional, ficando as zonas periféricas com o
desenvolvimento mais lento.
Mais da metade deste crescimento industrial se
deu após o fortalecimento cafeeiro e uma crescente industrialização das regiões
metropolitanas de São Paulo e Rio de Janeiro. Com isso se deu a criação de
polos industriais como de Cubatão e Volta Redonda e ainda outros centros industriais
como no Vale do Paraíba e interior Paulista chegando até o norte do Paraná com
a produção do café.
A área core que era o núcleo
polarizador do sudeste, estabeleceu economicamente no Rio de Janeiro com uma
economia mais diversificada, tendo na produção agrária seu desenvolvimento mais
acentuado, junto com a zona da Mata de Minas Gerais e Espírito Santo,
abasteciam as metrópoles com seus produtos agrícolas.
Minas Gerais contribuiria com sua mineração e
siderurgia, com grandes usinas metalúrgicas, Belo Horizonte se destacaria pelo
fato de diversificar-se na produção fabril e têxtil no início da década de
1960.
Já parte da região sul, beneficiada pelo fato
de ter uma agricultura desenvolvida, com uma produção elevada, podia exportar
sua produção para outras regiões principalmente para região sudeste, com grande
parte de seus produtos sendo industrializados na própria região de produção.
As periferias deprimidas
Compete à região nordeste, pelo
fato de não ter se desenvolvido, certa subordinação a região sudeste, mas de
certa forma esta região possuía vida interna própria, se destacando Recife com
sua indústria alimentícia e têxtil, seus núcleos polarizadores se estendiam
basicamente na faixa litorânea da região nordeste.
Ficando restrita pelo clima a
produção agrícola desta região, ficando bem abaixo das demais regiões, sua
produção industrial em 1960, reunia apenas 8% da produção brasileira, sendo
constituída principalmente de bens de consumo imediato.
No início dos anos de 1960,
destacava-se o controle de grupos dominantes, que ditavam as formas de
utilização das terras na Amazônia e na zona de pecuária do extremo sul,
dificultando principalmente a reforma agrária.
As fronteiras de recursos
A introdução de novos mecanismos
de produção no centro sul, como o avanço da pecuária e a agricultura
possibilitou um avanço na produção brasileira, ficando os grandes centros
abastecidos destas produções. A região norte continuaria dispersa e esquecida,
pois sua população era basicamente formada por índios e não tinha como
organiza-los.
Ficando o extrativismo, como
fonte econômica da região, tendo seus produtos exportados e com dependência da
importação de alimentos, mais significativamente em Belém e Manaus. Mas em
1953, foi criada uma agencia que iria desafogar todo o esquecimento daquela
região, com a criação de infraestrutura, para a expansão da fronteira agrícola,
criando meios de ligação entre as regiões como a estrada de ferro Madeira
Mamoré e outra importante via que mais tarde viria ser a Belém- Brasília.
Com isso se intensificou a
criação de gado ao norte de Goiás, acelerando a expansão da fronteira agrícola,
além da extração de minérios como o manganês no Amapá e a cassiterita em
Rondônia, criando núcleos urbanos na região norte, ficando a construção de
Brasília um divisor para o avanço do Brasil ao seu interior, sendo decisiva
para o povoamento do território brasileiro, tornando-se muito importante para
as ligações econômicas com São Paulo.
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