ANÁLISE CRÍTICA
DA EXTENSÃO DO CÓRREGO SEGREDO E PARCELA DO RIO ANHADUÍ, NO PERÍMETRO URBANO DE
CAMPO GRANDE, NO CONTEXTO AMBIENTAL
A escassez de água em quantidade e qualidade é
uma preocupação de nível global que pode redefinir os rumos da humanidade,
tanto no seu modo de existir, quanto em sua extinção. A cidade de Campo Grande,
rica em corpos d’água nasceu na convergência dos córregos Prosa e Segredo por
decisão do desbravador mineiro José Antonio Pereira de fixar-se nestas terras
de solo fértil. É sobre um destes córregos – Segredo – que discorreremos a
seguir.
O córrego Segredo tem sua nascente na porção norte da
cidade e a atravessa como um todo. No ponto onde se une ao córrego Prosa (no
cruzamento das avenidas Ernesto Geisel e Fernando Correa da Costa) forma o rio
Anhaduí.
Percebe-se que o córrego, em toda a sua extensão é
cercado por densa população, seja residencial ou comercial. As imagens nos
permitem ainda comparar que nas proximidades do centro, obras de saneamento e
canalização mudam radicalmente a paisagem. Contudo, esse crescimento
populacional bem como a má ocupação do solo nas margens acarreta uma série de
consequências indesejadas tais como: lançamentos de efluentes domésticos e
industriais sem tratamento nas águas; inundações; assoreamento; mal cheiro;
queda na biodiversidade da fauna e flora local; perigo de doenças para a
população.
Por estender-se ao longo dos extremos da cidade, vários
bairros compõem a microbacia do Segredo. Alguns possuem rede coletora de
esgoto, mas a grande maioria ainda utiliza-se de sumidouros ou fossas, sendo
que destes, pode-se encontrar várias residências que descartam seus dejetos
diretamente sobre a água, mesmo se tratando de crime ambiental.
O processo erosivo esta em plena evolução causando assoreamento
na nascente e na cabeceira, enquanto que na sua foz, mais precisamente na
parcela central da cidade e onde o córrego torna-se rio Anhaduí ocorrem
inundações frequentes no período de chuvas que se intensifica entre novembro e
abril.
A importância deste corpo d’água para a zona urbana é
incalculável, uma vez que atua na regulação da temperatura e umidade do ar do
entorno, melhorando assim, não só o conforto térmico, mas a qualidade de vida
da população marginal. Contudo, apesar dos projetos de recuperação de fundo de
vale e as obras de contenção de enchentes e manejo de águas pluviais, o curso
esta cada vez mais, fadado à extinção, pois são frequentes os flagrantes de crimes
ambientais, como em agosto deste ano, um flagrante de desvio no leito, próximo
ao bairro Estrela do Sul, bem como as diversas denúncias de casas ou empresas
que despejam diretamente no córrego seus esgotos sanitários e resíduos sólidos.
Nos extremos, onde consideraremos o rio Anhanduí,
percebe-se grande área verde degradada que poderia, através da criação e
manutenção de parques, estar servindo para difusão de esporte, cultura e lazer
para a população do entorno, enriquecendo a qualidade de vida. Mas os
investimentos para tal, tem sido destinados à reversão de danos causados ao
meio, portanto conclusivo que, enquanto a população como um todo, tanto os
moradores quanto os eventuais usuários da marginal, não mudarem sua postura
abandonando comportamentos que ameaçam o meio, todo investimento será pouco
para reverter o dano e insuficiente para a criação de tais parques.
L.k.
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